O Cavalo Lusitano

Montado há já cerca de 5000 anos, o mais antigo cavalo de sela do Mundo chega ao limiar do século XXI reconquistando o esplendor de há dois mil anos, quando Gregos e Romanos o reconheceram como o melhor cavalo de sela da Antiguidade. O uso da cavalaria como arma de guerra na Península Ibérica é muito anterior ao que se tem notícia no resto do mundo antigo, datando do segundo milênio A. C.. Não há provas do uso do cavalo de sela na Antiguidade. Na iconografia da Babilônia e do Egito antigos, só aparecem cavalos engatados, puxando carros de combate.


Sabe-se que antes mesmo do período neolítico já se usava o cavalo domesticado na Península Ibérica. Achados arqueológicos, como as tumbas de guerreiros no sul da Península, demonstram terem existido, na idade do Bronze, grupos que combatiam montados, enquanto os infantes carregavam alabardas, que são armas próprias para derrubar cavaleiros. Quando se fala no cavalo puro-sangue lusitano, não há português que não enalteça a raça ou a refira como motivo de orgulho.

Cavalo de "sangue quente" como o Puro Sangue Inglês e o Puro Sangue Árabe, o Puro Sangue Lusitano é o produto de uma seleção de milhares de anos, o que lhe garante uma "empatia" com o cavaleiro superior a qualquer raça moderna.

Selecionado como cavalo de raça e de combate ao longo dos séculos, é um cavalo versátil, cuja docilidade, agilidade e coragem, lhe permitem hoje competir em quase todas as modalidades do moderno esporte equestre, confrontando-se com os melhores especialistas. Em pleno século XXI, o Puro Sangue Lusitano, volta a ser procurado como montada de esporte e de lazer, e como reprodutor pelas suas raras qualidades de caráter e antiguidade genética.

Primeiro, foi usado na cavalaria militar, depois, nos jogos de corte, e por fim nas touradas. Terão sido estes os fatores determinantes no apuramento da linhagem, exigindo um cavalo dócil mas corajoso, capaz de manobras repentinas. Por isso mesmo, foi a tourada, outra das grandes tradições lusitanas, a contribuir para a visibilidade e manutenção da raça, que se mostra particularmente apta para esse fim.

Hoje, também as escolas de arte equestre, os concursos de dressage e de equitação de trabalho contribuem para manter a aura de espetacularidade deste cavalo em todo o mundo. Neste século XXI, O Puro Sangue Lusitano para além de ser o cavalo por excelência para a Arte Equestre e para o Toureio, está igualmente ganhando destaque por seu ótimo desempenho em provas esportivas, especialmente de dressage e equitação de trabalho.

O PSL tem vindo a apresentar suas características de espetacularidade, docilidade e agilidade nestas provas. O cavalo lusitano continua surpreendendo pela sua natural aptidão para os obstáculos, para o Ensino e Atrelagem de Competição e a combinação de todas as suas características o colocam em destaque para ser um belo, espetaculoso e dócil cavalo de esporte. Estas características aliadas a ser o cavalo que dá maior prazer montar são todos os atributos necessários para se identificar que o Cavalo Puro-Sangue Lusitano tem um enorme potencial de crescimento quer no Brasil, quer no mundo.

Por exemplo, o principal cavalo da equipa olímpica espanhola foi o Guiso, um puro-sangue lusitano. As equipes brasileira e argentina tiveram a presença de cavalos lusitanos nas suas representações nos últimos Jogos Pan-Americanos, sendo destaque a medalha de bronze conquistada pelo time brasileiro. Nas últimas Olimpíadas, em 2008, o Cavalo Lusitano teve sete representantes competindo na modalidade de adestramento, sendo três representando Portugal, três o Brasil e um a Austrália.